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Flutter atrial – o que é e como diferenciar da fibrilação atrial?

Atualizado em 04/05/2022

O flutter atrial é menos comum que a fibrilação atrial (FA), mas tem causas e consequências hemodinâmicas semelhantes, sendo a segunda arritmia sustentada mais frequente.

Muitos pacientes com flutter atrial também têm períodos de FA, portanto, esses eventos podem coexistir.  No entanto, o flutter é uma arritmia organizada e regular que habitualmente se expressa de forma típica no eletrocardiograma (ECG).

flutter

Flutter atrial típico

O flutter atrial típico é consequência de um grande circuito reentrante que passa pelo istmo cavotricuspídeo e envolve quase todo o átrio direito.

Os átrios despolarizam-se à frequência de 250 a 350/min e, como o nó atrioventricular (AV) é um “filtro” para a passagem dos batimentos dos átrios para os ventrículos, caracteristicamente bloqueia uma parte destes impulsos e apenas metade deles conseguem chegar aos ventrículos, resultando em uma frequência ventricular de 150 bpm, em geral.

Às vezes, esse bloqueio da passagem do estímulo cardíaco pode ser variável e o ritmo cardíaco fica irregular. 

Quais os principais sintomas do flutter atrial?

Os sintomas de um paciente com flutter atrial dependem principalmente da frequência dos batimentos cardíacos e de se o paciente tem alguma outra doença cardiológica de base.

O flutter pode tanto ser paroxístico, ou seja, aparece e desaparece espontaneamente, ou persistente.

Se a frequência ventricular for menor do que 120bpm e regular, o paciente pode ter poucos sintomas ou ser assintomático.

No caso de flutter atrial com frequências cardíacas mais elevadas e com uma condução AV variável, podem surgir palpitações e até mesmo diminuição do débito cardíaco, cursando ainda com outros sintomas, como dor torácica, falta de ar, alteração do nível de consciência e até síncope. 

Como é realizado o diagnóstico do flutter atrial?

Na maioria das vezes o flutter atrial se mantém por períodos prolongados e o eletrocardiograma (ECG) é suficiente para estabelecer o diagnóstico.

Outros exames, como Holter de 24 horas, podem auxiliar nos casos em que o paciente tem sintomas que sugerem a arritmia, mas o ECG é normal e não é possível confirmar o diagnóstico apenas com a avaliação clínica feita em uma consulta.

No flutter típico, o ECG revela ativação atrial contínua e regular com um padrão serrilhado (ondas F) mais nítido nas derivações II, III e aVF.

A manobra conhecida como massagem do seio carotídeo pode aumentar o bloqueio do estímulo cardíaco dos átrios para os ventrículos e facilitar a identificação das ondas F, típicas do flutter.

Esse mesmo efeito pode ser obtido com o uso de medicações que causam um bloqueio farmacológico do nó AV (p. ex., adenosina), mas lembrando que estes medicamentos não revertem esta arritmia.

E tem tratamento?

O tratamento do flutter atrial consiste no controle da frequência ventricular e do ritmo cardíaco, além da prevenção de eventos tromboembólicos, como o AVC. 

O controle da frequência cardíaca, por meio de medicamentos, é mais difícil de ser alcançado no flutter atrial do que na FA. Assim, para a maioria dos pacientes, a cardioversão elétrica (CVE) ou a ablação por cateter acabam sendo os tratamentos de escolha. 

Nos casos em que há comprometimento hemodinâmico, com sinais de baixo débito cardíaco, deve-se sempre proceder à CVE 

A anticoagulação é indicada de acordo com o risco de o paciente desenvolver trombos dentro do coração – bem como é feito na fibrilação atrial. Nos casos em que será realizada CVE ou ablação do flutter, o paciente deve estar anticoagulado há pelo menos 30 dias e, idealmente, deve-se realizar um ecocardiograma transesofágico antes do procedimento para certificar que não há trombos dentro das cavidades cardíacas.

REFERÊNCIAS:

Dra Simone
Dra. Simone Savaris
Cardiologista Clínica pelo Instituto de Cardiologia de Porto Alegre.

Especialista em Insuficiência Cardíaca e Transplante de Coração.

Fellowship em Cardiologia no no Mount Sinai Hospital (MSH) - Toronto.
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