Em alguns casos sim, em outros não.
Abaixo você vai entender quando é preciso consultar um cardiologista antes de engravidar ou durante a gestação e quando apenas o acompanhamento com o obstetra é suficiente.
A gravidez causa inúmeras alterações físicas, hormonais e emocionais na mulher.
Durante a gestação ocorre um aumento do volume vascular, a mulher retém líquido, há um aumento do débito cardíaco (quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada batimento) de aproximadamente 50% e aumento da frequência cardíaca, além de alterações no sistema de coagulação.

Todas estas são mudanças fisiológicas do organismo, ou seja, não são doenças e é esperado que elas aconteçam, pois tem a função de adaptar o organismo da mulher para atender às necessidades de gerar uma nova vida.
Entretanto, mulheres que já possuem algum problema de saúde prévio precisam ter uma atenção especial durante o pré-natal, a fim de garantir uma gravidez segura e reduzir ao máximo as chances de complicações.
Sumário
Doenças cardíacas que aumentam o risco de ter alguma complicação ao engravidar:
- Doenças das válvulas (como estenose ou insuficiência, principalmente das válvulas mitral ou aórtica);
- Defeitos cardíacos congênitos ou doenças da aorta;
- Cardiomiopatia hipertrófica;
- Doença cardíaca com algum grau de fibrose miocárdica;
- Insuficiência cardíaca – principalmente nos casos mais graves ou com muitos sintomas;
- História prévia de cardiomiopatia periparto – gestação prévia com complicação cardiológica.
A Cardiomiopatia periparto é uma condição rara que frequentemente cursa com disfunção sistólica (o coração fica fraco) e com dilatação do ventrículo esquerdo, aparecendo no fim da gestação ou no período pós-parto mais precoce.
Principais fatores de risco para complicações cardíacas na gestação
- Pré-eclâmpsia;
- Idade materna avançada;
- Gestação múltipla.
Mais da metade das pacientes que desenvolvem a cardiomiopatia periparto recuperam a função cardíaca após um período, desde que recebam o diagnóstico correto e façam o tratamento adequado. Por outro lado, algumas permanecem com insuficiência cardíaca e com sintomas como falta de ar e inchaço nas pernas, com casos específicos em que pode até ser indicado o transplante cardíaco.
Além da insuficiência cardíaca, que é o enfraquecimento do coração, outras possíveis complicações de uma gravidez são o aparecimento de arritmias ou de eventos trombóticos.
Como prevenir as complicações e ter uma gestação tranquila
Ao planejar engravidar, é importante que a mulher tenha conhecimento de sua saúde cardiológica antes. Em uma consulta cardiológica é possível avaliar a função e a força do coração, se você já tem alguma arritmia, alguma alteração nos níveis da pressão arterial ou outro fator que possa ser um complicador para a gestação.
Se estiver tudo bem nessa avaliação, as chances de ter uma gestação tranquila são muito grandes e provavelmente você não precisará acompanhar com o cardiologista também, apenas o pré-natal com obstetra será suficiente.
Por outro lado, caso qualquer fator que aumente o risco de problemas na gestação for identificado, o tratamento pode ser prontamente iniciado para minimizar as chances de ter surpresas ruins ao longo da gestação e ter nove meses tranquilos e cheios de alegria.