
Sumário
Qual a importância de saber atender uma parada cardíaca?
A capacitação populacional para identificação e atendimento precoce de uma parada cardíaca, com base no protocolo de suporte básico de vida faz-se muito necessário para assegurar a oxigenação e o bombeamento cardíaco até a chegada da equipe médica.
O conhecimento de como se fazem as compressões torácicas, também conhecidas popularmente como massagem cardíaca, é fundamental.
Antes de qualquer coisa, é importante entender o que é uma parada cardíaca ou parada cardiorrespiratória (PCR). Por exemplo, ao encontrar alguém desacordado em via pública, deve-se sempre suspeitar de uma PCR e, ao se aproximar deste indivíduo, a primeira medida a ser tomada é avaliar a cena para identificar a presença de potenciais riscos à quem irá prestar socorro. Em seguida, ao chamar a pessoa você notará que ela permanece inconsciente e pode observar a ausência de movimentos respiratórios. A parada cardiorrespiratória ocorre quando o coração para de bombear sangue e, por consequência, ocorre falta de oxigenação nos demais órgãos.
Uma parada cardiorrespiratória pode acontecer por diversos motivos, dentre os quais podemos citar algumas arritmias cardíacas, como a taquicardia ventricular e a fibrilação ventricular, ou ainda casos de tamponamento cardíaco, pneumotórax, hipovolemia, intoxicações medicamentosas ou por outras drogas, infarto agudo do miocárdio, embolia pulmonar, entre outras.
O indivíduo pode apresentar alguns sinais premonitórios, como desconforto no peito, palpitações ou falta de ar, contudo a parada cardiorrespiratória também pode ser súbita.
Seguindo as diretrizes da American Heart Association (2015; atualização em 2019), abordaremos a seguir o protocolo de reanimação cardiorrespiratória (RCP) em adultos, que pode ser aplicado pelo público leigo:
A primeira medida, como já citada acima, é chamar o paciente inconsciente. Podemos, nesse momento, chamar o paciente desacordado pelo seu nome ou chamando: “Senhor, o senhor consegue me escutar?”, em tom de voz alto, fazendo-se escutar. Na ausência de uma resposta verbal podemos também estimular o tórax do paciente, tentando acordá-lo. Em caso de ausência de resposta prosseguimos com checagem de pulsos.
O pulso que iremos sentir é chamado pulso carotídeo. Ele representa a pulsação que advêm da artéria carótida. Para sentirmos esse pulso, utilizamos os dedos indicador e médio, na região cervical (pescoço), próximo à traqueia (garganta). A tentativa de sentir o pulso deve durar, no máximo, 10 segundos, e, caso não consiga sentir a pulsação, iniciaremos as manobras de ressuscitação propriamente ditas.
Antes de iniciar as compressões torácicas (massagem cardíaca), deve-se acionar o serviço médico de urgência (SAMU) ligando para o 192 e pedindo por ajuda.
Em seguida, com o paciente deitado, nos posicionaremos ao seu lado – de joelhos – e, com os braços totalmente estendidos, iniciaremos as compressões torácicas, utilizando nosso peso corporal para auxiliar na força necessária para os movimentos adequados. Posicionam-se as mãos no meio do tórax do paciente e, a mão dominante ficará diretamente sobre o tórax e a outra por cima, entrelaçada. Em seguida, são realizadas compressões sobre o tórax, com movimentos que aprofundem o tórax em 5-6 cm e permitindo o retorno completo do tórax entre cada movimento, para garantir o adequado enchimento e bombeamento cardíaco.
E outra dúvida comum é: e qual a frequência das compressões?
Para alcançar um ritmo adequado podemos utilizar uma técnica de contagem, falando em voz alta: um E dois E três E quatro(…). O momento em que pronunciamos o E permite o retorno do tórax e nos dará uma sequência de compressões adequada e efetiva. O objetivo é a realização de 100-120 compressões a cada minuto.
Você pode ter ouvido falar sobre intercalar as compressões cardíacas com a chamada ventilação boca-a-boca, não é? Contudo, sendo a vítima alguém desconhecido e considerando os riscos para a saúde de quem presta socorro, pode-se realizar apenas as compressões cardíacas até a chegada do SAMU.
Se tiver mais de uma pessoa que pode prestar atendimento, pode-se revesar na realização das compressões torácicas, realizando as trocas a cada 2 minutos. Este revezamento tem potencial benefício, pois permite a manutenção das manobras de RCP com boa qualidade, já que a massagem cardíaca demanda muito esforço e gera cansaço em quem está prestando suporte.
- Aguarde a ambulância chegar, realizando as compressões.
- Demais cuidados serão feitos pela equipe de suporte.
- Deste modo, certamente você terá ajudado a equipe médica a salvar uma vida!
Referências:
1. Destaques da Atualização das Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE.
2. Destaques da Atualização das Diretrizes da AHA 2019 para RCP e ACE.
3. Philip J Podrid, MD. Overview of sudden cardiac arrest and sudden cardiac death. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc. https://www.uptodate.com/contents/overview-of-sudden-cardiac-arrest-and-sudden-cardiac-death?search=cardiorespiratory%20arrest&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1#H19 (Accessed on July 28, 2020.)