Sumário
As arritmias englobam um conjunto de doenças que se manifestam através da alteração do ritmo dos batimentos cardíacos.
Elas podem ter origem em diferentes regiões do coração, podem surgir nas cavidades superiores dele, que são chamadas de átrios, ou nas cavidades inferiores, que são chamadas de ventrículos.
Além disso, as arritmias podem tanto ser benignas quanto malignas, a depender do que está causando e de que local no coração que elas acontecem.
Os sintomas mais comuns são as palpitações - que é quando a pessoa sente o coração batendo no peito, independente da frequência cardíaca ser normal, alta ou baixa (se você não sabe como faz para contar teus batimentos cardíacos, clica aqui que eu fiz um vídeo para te ensinar).
Mas além disso, uma pessoa que tem arritmia também pode sentir:
O diagnóstico da arritmia é feito através da história que o paciente conta na consulta, que vai levantar a suspeita desse diagnóstico. Nos casos de consultas presenciais, durante à ausculta do coração, pode-se identificar que o coração está batendo em um ritmo descompassado, em alguns casos.
Mas, em geral, apenas a ausculta cardíaca não é suficiente para diferenciar entre um tipo e outro de arritmia e, para confirmar o diagnóstico e saber qual é o tipo da arritmia (se ela é benigna ou maligna, se tem origem nos átrios ou nos ventrículos, por exemplo, se é uma fibrilação atrial ou se é uma taquicardia ventricular), são necessários alguns exames complementares.
Os exames mais conhecidos e comumente solicitados para fazer o diagnóstico de uma arritmia são:
O Holter é um exame que monitoriza os batimentos cardíacos de forma contínua e o mais comum é o que tem duração de 24h - o paciente coloca o aparelho em uma clínica, vai embora e passa o dia com ele, retorna no dia seguinte para retirar o aparelho e então é feita a análise dos batimentos.
Nos últimos anos, monitores do ritmo cardíaco e da frequência cardíaca de mais longa duração foram desenvolvidos, pois muitas vezes a arritmia não aparece todos os dias, aparece algumas vezes na semana e outras não - nesses casos, o Holter de 7 ou 14 dias pode ser muito útil.
E ainda existem monitores de longa duração, que podem ser implantados no subcutâneo, mas seu uso não é tão difundido.
Por fim, o estudo eletrofisiológico (EEF) é necessário para identificar a origem da arritmia.
Cada arritmia tem um tipo de tratamento específico.
Por isso, além de descobrir que você tem uma arritmia, é importantíssimo saber QUAL é a arritmia. Dependendo disso, o tratamento pode ser com remédios ou com procedimentos mais invasivos.
Na maioria das vezes, as arritmias são benignas e podem ser tratadas apenas com o uso de remédios, podendo ser necessário apenas um medicamento ou mais de um para ter um bom controle dos batimentos cardíacos.
Há também arritmias que são refratárias ao tratamento com remédios, ou seja, mesmo com as medicações o paciente ainda fica com o batimento muito descompassado e ainda tem sintomas. Nesses casos, pode ser necessário fazer a ablação da arritmia, que é feita através de um procedimento com cateteres, chamado estudo eletrofisiológico.
Em casos de arritmias que deixam os batimentos muito lentos e o paciente apresenta sintomas como desmaio, pode ser necessário colocar um marcapasso (MP).
Já o cardio-desfibrilador implantável (CDI) é um aparelho colocado em pessoas que tem arritmias malignas ou doenças que podem causar arritmias malignas e potencialmente fatais.
Uma outra informação bem importante sobre as arritmias é que alguns tipos específicos, como a fibrilação e o flutter atrial, podem causar a formação de trombos dentro do coração, que podem "viajar" pela circulação sanguínea e causarem um acidente vascular cerebral (AVC) - nesses casos, o uso de anticoagulantes (os remédios que “afinam" o sangue) é indicado para reduzir o risco desses trombos e de complicações mais graves.
E é por isso tudo que, na suspeita de qualquer arritmia, é importantíssimo consultar um cardiologista para que ele possa identificar qual é o tipo da arritmia que você tem e fazer o tratamento mais adequado, mantendo seu acompanhamento e evitando problemas maiores que prejudiquem sua qualidade de vida.