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Insuficiência Cardíaca

A doença do Coração Fraco

Pelo nome da doença já podemos ter uma ideia do que se trata.

Vamos separar as palavras do termo insuficiência cardíaca para entender o que cada uma indica. A palavra insuficiência significa que algo não funciona como deveria. E a palavra cardíaca, sabemos que se refere ao coração. Então, a insuficiência cardíaca é uma doença cardíaca em que o coração não tem força o suficiente para bombear o sangue oxigenado para o outros órgãos e para o corpo como um todo.

Entenda como funciona a circulação sanguínea:

Os nossos órgãos e músculos precisam, dentre outros nutrientes, de oxigênio – para que as células possam fazer suas funções, produzir energia e para que tudo funcione em perfeitas condições. 

O sangue cheio de oxigênio e nutrientes sai do coração e chega até os outros órgãos, que retiram os nutrientes que precisam e o sangue então continua circulando, retornando ao coração para receber novamente oxigênio e levar para os órgãos.

Este sangue pobre em oxigênio chega ao lado direito do coração, através das veias, e daí é bombeado para os pulmões, onde ocorre a troca do gás carbônico pelo oxigênio. O sangue oxigenado retorna ao coração e é bombeado do ventrículo esquerdo para a aorta (a maior artéria do corpo), que vai se ramificar levando esse sangue oxigenado para todos os órgãos novamente.

Isso acontece continuamente no nosso organismo – é um ciclo vicioso.

Ok, entendi. E em quem tem o coração fraco (insuficiência cardíaca), o que acontece?

Nesses casos, quando o coração ejeta o sangue de dentro dele para as artérias que levarão o sangue para os pulmões e para a aorta e os outros órgãos, a quantidade de sangue que sai é menor do que a necessária. Ou seja, o coração não tem FORÇA SUFICIENTE para atender as necessidades do organismo.

E aí começam a surgir as consequências dessa doença, como cansaço, falta de ar para respirar, inchaço nas pernas e necessidade de dormir com mais de um travesseiro, e por aí em diante.

Essa doença pode acontecer em qualquer idade, mas é mais comum com o envelhecimento, atingindo taxas de até 15% em pessoas com mais de 80 anos de idade.

Entenda quais são os principais sintomas

Um coração fraco pode causar sintomas diferentes em cada pessoa.

Além disso, a gravidade dos sintomas também pode variar de acordo com cada caso.

É bem comum que no início do quadro o paciente não sinta nada ou apenas tenha um cansaço leve que pode achar que é porque está envelhecendo ou porque está sedentário – e aqui MORA O PERIGO. Nesses casos, a pessoa acaba se limitando e deixando de fazer algumas atividades, acreditando que é norma – por exemplo: deixa de subir escadas e passa a usar o elevador, porque cansa muito se for de escadas.

Conforme a doença evolui, os sintomas aparecem e eles acontecem por dois motivos principais:

  1. Acúmulo de líquido nos órgãos (congestão), que causa tosse, falta de ar, necessidade de dormir quase sentado, inchaço nas pernas, inchaço no abdômen, ganho de peso.
  1. Redução do fluxo de sangue oxigenado para os órgãos, que se manifesta com cansaço, fadiga, tontura, falta de apetite, mãos e pés frios, sonolência, redução da quantidade de urina, aumento da frequência dos batimentos cardíacos.

Mas não acaba por aqui, infelizmente.

Além desses sintomas que são causados diretamente pela doença, de forma indireta ela também interfere MUITO no HUMOR da pessoa doente e é extremamente comum o aparecimento de sintomas de ansiedade e depressão.

Que exames devem ser feitos na suspeita do coração fraco?

A suspeita da insuficiência cardíaca (IC) sempre aparece após o atendimento do cardiologista, com base nos sintomas que o paciente conta e na sua história médica prévia – doenças que já tem, remédios que usa, hábitos de vida, história familiar…

Se pensar que meu paciente pode ter insuficiência cardíaca, alguns exames precisam ser feitos para confirmar o diagnóstico e proceder com o melhor tratamento assim que possível.

O principal exame para o diagnóstico da Insuficiência Cardíaca é o ecocardiograma, que fornece informações tanto da fração de ejeção (FE) quanto do tamanho do coração e de outras medidas que ajudam a diferenciar qual o tipo de IC que a pessoa tem.

Em casos específicos podemos solicitar uma ressonância magnética do coração, isso normalmente é feito quando ainda restam dúvidas após o ecocardiograma, para avaliar melhor alguma estrutura do coração ou ainda em situações que a causa da IC não está bem clara.

O eletrocardiograma (ECG) também é um exame muito importante, apesar de simples, pois nos informa sobre o ritmo do coração e se há alguma arritmia, sinais de infarto antigo e também de sobrecarga de câmaras do coração.

Além disso, hoje em dia também existe um exame de sangue que auxilia muito no diagnóstico da insuficiência cardíaca, principalmente quando o paciente tem mais de uma causa possível para os sintomas e o médico fica em dúvida. Esse exame é o BNP ou NT-pró-BNP, que tanto auxilia para o diagnóstico quanto tem valor prognóstico.

Outros exames também são realizados para investigar a CAUSA da doença, então uma série de exames de sangue podem ser solicitados, bem como uma angiotomografia das artérias do coração ou até mesmo um cateterismo cardíaco.

E qual é o tratamento?

O tratamento é sempre com medicações que irão evitar que o coração fique cada vez mais fraco e, muitas vezes, fazer com que ele recupere a força que perdeu e volte a ficar forte. Mas mesmo que ele se recupere, o tratamento deve ser contínuo e por toda a vida.

A doença não tem cura, até os dias atuais, mas com o tratamento adequado os pacientes vivem muitos anos com uma boa qualidade de vida. É importante salientar que a base do tratamento é composta por pelo menos quatro classes de remédios, alguns exemplos das medicações usadas são: enalapril, candesartana ou sacubitril-valsartana, bisoprolol, metoprolol succinato ou carvedilol, espironolactona, dapaglifozina ou empaglifozina e, nos casos em que há retenção de líquidos, também frequentemente é utilizada a furosemida ou algum outro diurético.

A dose de cada medicação e a escolha do melhor tratamento depende da causa da insuficiência cardíaca e das particularidades de cada paciente, como os sintomas que ele apresenta, como é a função dos rins e os níveis de potássio no sangue, por exemplo.

Além do uso dos remédios, investigar e tratar a causa da insuficiência cardíaca é crucial para ter bons resultados. Em alguns casos podemos lançar mão de procedimentos invasivos ou cirurgias para tratar condições específicas e ajudar o coração que enfraqueceu.

Dra Simone
Dra. Simone Savaris
Cardiologista Clínica pelo Instituto de Cardiologia de Porto Alegre.

Especialista em Insuficiência Cardíaca e Transplante de Coração.

Fellowship em Cardiologia no no Mount Sinai Hospital (MSH) - Toronto.
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