Quando realizamos as consultas de check up cardiológico, além da avaliação clínica com a anamnese – momento em que o paciente conta sua história, seus hábitos de vida, sintomas e o que mais for relevante – alguns exames de sangue são solicitados para complementar a avaliação.

Os exames laboratoriais mais comuns do check up cardiológico tem uma razão de ser e não são solicitados aleatoriamente. Normalmente, estes exames são:

• Hemograma completo para avaliação de anemia e alterações de plaquetas;
• Perfil lipídico para avaliar os níveis das diferentes moléculas de colesterol e triglicerídeos;
• Perfil glicêmico para avaliar a presença de intolerância à glicose ou diabetes;
• Perfil tireoidiano para avaliar a função da tireoide que está intimamente ligada ao nosso metabolismo e ao funcionamento do coração;
• Exames de função renal e hepática, já que muitos medicamentos são metabolizamos e filtrados por estes órgãos, bem como sabemos que doenças cardíacas podem predispor o aparecimento de doenças nesses órgãos e vice-versa;
• Eletrólitos, como sódio, potássio, cálcio e magnésio, que além de terem importância para a contração do músculo do coração e a manutenção do ritmo adequado, também podem sofrer alterações devido ao uso de determinados medicamentos
• Exame de urina que também é importante na avaliação da função dos rins pela análise da perda de proteínas na urina.

Outros exames podem ser solicitados de acordo com cada caso, como para investigações da etiologia da insuficiência cardíaca, nos casos de diagnóstico sem etiologia.

Por outro lado, existem uma série de exames de sangue adicionais que são anunciados como “para avaliação de risco cardiovascular”, mas que na prática não tem indicação nem nas diretrizes brasileiras, nem nos guidelines internacionais e que não trazem benefícios à avaliação clínica.